sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Divina Tolice

“A gente nunca sabe”, me disse com um sorriso
Meu reino por tal verdade, ainda que fosse assim
De grande júbilo e bem vinda seria a nescidade
E tão belo seria o parvo

De todas as maldições rogo a razão, desgraça de Palas
Desgraça que ainda busco por ingenuidade
E que me priva de surpresas e acasos
E me remete a risos calculados e prazeres previsíveis

Infeliz o homem que sabe e ainda o que pensa
Casto e suave corre o sangue do louco
O sangue da criança, do animal, e do velho
Afortunados por que não sabem e não sofrem

E se assim findarem
A todos os paraísos e jardins sagrados merecerão
Sem sentenças nem purgatórios
Graças à divina tolice



Breno Juliano

sábado, 13 de novembro de 2010

Água

Água, dois terços do mundo,
dois terços de lassidão
Água suficiente pra me afogar no fastio

Não quero mais água
Não quero mais encher meu copo
com abraços inodoros
beijos insípidos
olhares incolores

Dois átomos de Hipocrisia e um de Ócio
Laço perspícuo, terso
Transparência dissimulada
Lembranças correntes
Que não valem mais que uma gota

Desejo, guia da realidade
há de transformar tudo em vinho
E em deleitos nobres
de véus claros e tenros
Gozo cândido e final feliz


Breno Juliano

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sonhos, lembranças

Há quem fale de sonhos
E há quem fale de lembranças
Falo de sonhos e lembranças
Algum motivo deve haver para sonhos não durarem mais de uma noite
A insensatez do despertar e o descaso do não real
Lembranças são mesmo mais confortáveis do que sonhos?
Digo, o passado não é nada factual. O que foi simplesmente não é mais.
Tão irreal quanto um sonho. Apenas lembranças.
E tudo que faço hoje me remete a lembranças do sonho.
Meu café estava amargo essa manhã.
Um breve momento, uma distancia concisa. Mais um breve momento e te perderei de vista.
E agora também será lembrança.
Sorria enquanto o céu ainda é da cor dos teus olhos. O sol já se põe a caminho e eu também vou.
Seja em sonhos ou lembranças, seus olhos estão tatuados no meu passado.


Breno Juliano

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mero Sonho

Desejo transcrever aqui um pequeno texto que fiz baseado em uma boa noite de sono:

Acordei... Lembro de flashes dos sonhos... Tive muitos sonhos...



Havia uma floresta onde acampei, deitei e fiquei ouvindo a noite e as estrelas!

Havia uma família, estilo Simpsons, atravessando uma trilha quando surge um ganso com espinhos na ponta de seu bico! Ele me pareceu agressivo...

Havia um banheiro de escola cheio de câmeras no qual somente um canto não era vigiado e todos faziam sexo lá!

Havia uma cidade parecida com aquelas do egito, cheias de areia, até que calamidades começarem a destruí-la por completo! Eram tempestades de areia e grandes bolas de fogo!
Alguns magos que observavam o cataclismo conseguiram aprender seus segredos, logo dominando o poder do fogo e do vento!
Os outros homens, insatisfeitos com o grande poder dessa elite de magicos e enfurecidos com os desastres, passaram a caçar os magos para mata-los!
Lembro de lutar contra um exercito e um general somente com o fogo como amigo!



Havia tudo isso até o despertar...
Agora já não há... Tudo é.
Nada pode vir a ser tudo, mas, somente quando outra criança sonhar...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ego, O Falso Centro










Este texto faz parte do livro ''Além das fronteiras da mente'' de Osho. Com certeza uma das coisas mais sábias que ja li na vida... Apreciem.


EGO, O FALSO CENTRO


"O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.

Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.

Nascimento significa vir a esse mundo: o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce nesse mundo. Ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o tu.

Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro', também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, com tu, ela se torna consciente de si mesma.

Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.

Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é ela boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ele não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida, sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é ego. Isso também é um reflexo.

Primeiro a mãe. A mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas.

O ego é um fenômeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não.

O verdadeiro só pode ser conhecido através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ele é uma disciplina. O verdadeiro só pode ser conhecido através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá à escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com as outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estarão adicionando algo ao seu ego, e todos estarão tentando modificá-lo, de modo que você não se torne um problema para a sociedade.

Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão.

Assim, estão interessados em dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro...

Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade. Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao auto-conhecimento.
A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível.

E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que esse é o seu centro, o ego dado pela sociedade.

Uma criança volta para casa. Se ela foi o primeiro lugar de sua sala, a família inteira fica feliz. Você a abraça e beija; você a coloca sobre os ombros e começa a dançar e diz 'que linda criança! você é um motivo de orgulho para nós.' Você está dando um ego para ela, um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, foi um fiasco na sala - ela não passou de ano ou tirou o último lugar, então ninguém a aprecia e a criança se sente rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado.

O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. E é por isso que você está continuamente pedindo atenção.


Você obtém dos outros a idéia de quem você é. Não é uma experiência direta.

É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Mas esse centro é falso, enquanto que o centro verdadeiro está dentro de você. O centro verdadeiro não é da conta de ninguém. Ninguém o modela. Você vem com ele. Você nasce com ele.


Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Esse é o eu. E o outro centro, que é criado pela sociedade - o ego. Esse é algo falso - é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente assim a sociedade irá apreciá-lo. Você tem que caminhar de uma certa maneira; você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente assim a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, você já não sabe quem você é.

Os outros deram-lhe a idéia. E essa idéia é o ego. Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a não ser que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no falso centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se: vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará se despedaçando, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo; quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.

Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas...

Até mesmo o fato de ser infeliz lhe dá a sensação de "eu sou". Afastando-se do que é conhecido, o medo toma conta; você começa sentir medo da escuridão e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte de seu ser... É o mesmo que penetrar numa floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Mas aqui dentro tudo está bem: você planejou tudo.

Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente, e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que ali você possa se sentir em casa.

E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo.

Além da cerca você é, tal como você é dentro da cerca - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.

Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido.

Por um certo tempo, todos os limite ficarão perdidos. Por um certo tempo, você vai se sentir atordoado. Por um certo tempo, você vai se sentir muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.

Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas. Esse centro é a sua alma, o eu.

Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos, nasce uma nova ordem. Mas essa não é a ordem da sociedade - essa é a própria ordem da existência.

É o que Buda chama de Dhamma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência. Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas...

O ego tem uma certa qualidade: a de que ele está morto. Ele é de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não precisa procurar por ele; a busca não é necessária. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente mais um na multidão. Você é apenas uma turba. Se você não tem um centro autêntico, como pode ser um indivíduo?

O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz. Como você pode ser feliz com uma vida de plástico? Como você pode estar em êxtase ser bem-aventurado com uma vida falsa? E esse ego cria muitos tormentos. O ego é o inferno. Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego segue encontrando motivos para sofrer...

E assim as pessoas se tornam dependentes, umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ele deixa de ser um escravo.

Tente entender isso. E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que o falso centro entrou em choque com alguém.

Você esperava algo e isso não aconteceu. Você espera algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão.

As causas não estão fora de você.

A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta: 'Quem está me tornando infeliz?' 'Quem está causando a minha raiva?' 'Quem está causando a minha angústia?'

Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego.

E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo - porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido.

Mas lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego. Você não o pode abandonar. E se você tentar abandoná-lo, simplesmente estará conseguindo um outro ego mais sutil, que diz: 'tornei-me humilde'...

Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece.

E então você nunca diz: 'eu abandonei o ego'. Você simplesmente irá rir de toda essa história, dessa piada, pois você era o criador de toda essa infelicidade...

É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego nos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar.

Tente ver o seu próprio ego. Simplesmente o observe.

Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca.

Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... e então o verdadeiro centro surge.

E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir."

OSHO , Além das Fronteiras da Mente.''


terça-feira, 6 de julho de 2010

Os oito fatores do sucesso, por Richard St. John

Richard St. John diz que, numa viagem de avião a 10 anos atrás, uma adolescente perguntou a ele como se chega ao sucesso. Desconsertado por não saber a resposta, depois de sair do avião, resolveu pesquisar a resposta para essa pergunta. Depois disso ele fez um trabalho de entrevista com aproximadamente 500 pessoas de sucesso e chegou as seguintes conclusões:
Os oito fatores do sucesso:

1. Paixão: Ame o que você faz. Trabalhe pela paixão pelo que você faz e não pelo dinheiro. E quando as pessoas agem assim , de qualquer forma , o dinheiro vem .

2. Trabalho: As pessoas de sucesso trabalham muito. E tem prazer em trabalhar.

3. Foco: tenha foco em uma coisa.

4. Esforço: Sempre se force a superar suas limitações físicas e mentais.

5. Idéias: Cultive boas idéias e as implemente. Para se ter boas idéias:

a. Escute
b. Observe
c. Seja curioso
d. Pergunte
e. Resolva problemas
f. Faça conexões

6. Aperfeiçoamento: Procure o seu aperfeiçoamento continuo de você como pessoa e do que você faz.

7. Servir: Forneça as pessoas algo de valor inestimável para elas.

8. Persista: Porque o sucesso não ocorre do dia para a noite e muito
provavelmente você passará por fracassos antes de atingir o sucesso.


As três mentiras do sucesso
1. Inteligência: Você não precisa ser inteligente para alcançar sucesso.
2. Beleza: Você não tem que ser belo para alcançar o sucesso.
3. Sorte: Você não precisa de sorte para alcançar o sucesso.


Tempo para se alcançar o sucesso: Segundo Richard, se leva em média 10 anos para se alcançar o sucesso.

O Vídeo: >http://www.youtube.com/watch?v=Y6bbMQXQ180

O Livro: >http://www.spikesguide.com/

O prato de comida

Um pequeno tributo à arte de comer, que hoje tem sido banalizada pelo fast food e ignorada como uma forma de renovação do ser que cria um momento de deleite e harmonia.



Diante do homem havia um prato de comida colorido. Todas as cores. Sua comida preferida e engordurada estava neste prato bem como as verduras que detesta mas tem de comer. Era um prato belo, bem distribuido e rico em todos os nutrientes.
Oh que felicidade do homem, poderia ter para si tudo aquilo! Começou a comer avidamente. Conforme suas garfadas descompassadas e suas mordidas incertas devoravam o prato, tudo mudava. A gordura molhava o alface e o palmito misturava-se no arroz.

Oh, mas havia uma luta! Tudo que era quente no prato queimava e ardia a boca do homem e este logo garfava a salada que molhava e gelava sua lingua! Mordia um osso duro com firmeza para então sugar o néctar de um suco com brandura! E no prato via-se isso! Toda uma batalha para chamar atenção do homem, para faze-lo escolher aquilo e não aquilo outro na proxima garfada. A harmonia do prato já não havia, tudo era comida e uma comida que brigava pela atenção.

Não seria um homem se não quisesse tudo. Ele dançava com a música de seus sentidos. Sentia o frio para se aquecer. Sentia o ardor para poder se refrescar. Tudo aquilo que estava no prato o fazia sentir e dessentir. Seu espírito na mais pura harmonia dançava transitando entre as garfadas e as mordidas.

Imagine qual foi o espanto do homem ao perceber, quando quase já não havia comida, que a harmonia do prato havia desaparecido! Que todo aquele belo e preparado prato fazia agora parte de uma massa imensa dentro de seu estomago! Qual teria sido o espanto dele ao perceber que havia sugado toda a harmonia e que ao fim do prato, terminara também sua harmonia por entre os sentidos?

Este homem sentiu-se perturbado, não queria de forma alguma que o prato perdesse sua imensidão de cores e nutrientes. Foi então que fechou os olhos e desejou. Desejou arduamente, pediu a todos os deuses e deusas que não tivesse feito aquele prato bonito desaparecer. Desejou tão fortemente que quebrou todas as barreiras da física e da luz. Percebeu-se diferente. Deixou de sentir aquela angustia, sentia-se harmonizado. Abriu os olhos. Viu que era um bife em um prato.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Grandes Homens, Grandes Pedras

Já parou para pensar por que o poderoso Sistema quer formar homens iguais? Já parou para pensar por que ele estabeleçe um status quo para o homem "formado"?

Aqui vai a resposta: O sistema forma essas formiguinhas operárias exatamente iguais para aumentarem e protegerem seu grande formigueiro. Essas formiguinhas com cara de senhores honestos, que se vê num fim de semana com a família usando uma roupa casual, uma blusa de gola polo, com uma felicidade induzida, uma renda de 3 ou 4 mil reais, um carro mediano, uma casa num bairro residencial, que pagam seus impostos em dia e se sentem "realizados" após toda uma vida de indução do sistema. Dessas mesmo que olham pra traz sem enxergar que foram totalmente induzidas e conduzidas a vida inteira e ainda sim dizem "Sou um cara completo, me formei, arrumei um emprego, criei família, agora posso morrer em paz."

O Sistema cria esses robôs programados através de um longo percursso de lavagem cerebral que já começa no colegial primário e infelizmente, não termina mais até que você abra os olhos. Ele faz isso por que não quer que esses robôs tomem vontade própria, crescam e se tornem um problema. O Sistema não quer que homens grandes nascam, por que homens grandes são um problema pra eles.

Grandes homens são grandes pedras no caminho do Sistema.

Já parou para pensar se Gandhi tivesse continuado com seus estudos em direito em vez de parado tudo para lutar a favor da liberdade na Índia?

E se Jesus tivesse ficado na escola com homens colocando coisas na sua cabeça, em vez de nas ruas colocando coisas na cabeça dos homens?

E se mesmo o Jimmy Page estivesse na faculdade que seus pais queriam quando lhe veio a inspiração para compor Stairway to Heaven?



Pense sobre isso... Grandes homens são os que fazem grandes feitos, não são grandes feitos de outros homens.

Breno Juliano

sábado, 26 de junho de 2010

Mais sobre a Arte de Viver...

O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida. Isso é morte gradual, do berço ao túmulo, uma morte gradual com a duração de setenta anos. E porque milhões de pessoas ao redor de você estão morrendo essa morte lenta e gradual, você também começa a imitá-los. As crianças aprendem tudo daqueles que estão em volta delas e nós estamos rodeados pelos mortos. Então temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.

Desenvolver-se significa mover-se a cada momento mais profundamente no princípio da vida; significa afastar-se da morte - não ir na direção da morte. Quanto mais profundo você vai para dentro da vida, mais entende a imortalidade dentro de você. Você está se afastando da morte: chega a um momento em que você pode ver que a morte não é nada, apenas um trocar de roupas ou trocar de casas, trocar de formas - nada morre, nada pode morrer. A morte é a maior ilusão que existe.

Como desenvolver-se? Simplesmente observe uma árvore. Enquanto a árvore cresce, suas raízes crescem para baixo, tornam-se mais profundas. Existe um equilíbrio; quanto mais alto a árvore vai, mais fundo as raízes vão. Na vida, desenvolver-se significa crescer profundamente para dentro de si mesmo - que é onde suas raízes estão.

Para mim o primeiro princípio da vida é meditação. Tudo o mais vem em segundo lugar. E a infância é o melhor momento. À medida que você envelhece, significa que você está chegando mais perto da morte, e se torna mais e mais difícil entrar em meditação. Meditação significa entrar na sua imortalidade, entrar na sua eternidade, entrar na sua divindade. E a criança é a pessoa mais qualificada porque ela ainda está sem a carga da educação, sem a carga de todo o tipo de lixo. Ela é inocente. Mas infelizmente a sua inocência está sendo considerada como ignorância. Ignorância e inocência tem uma similaridade, mas elas não são a mesma coisa. Ignorância também é um estado de não conhecimento, tanto quanto a inocência é. Mas também existe uma grande diferença que passou despercebida por toda a humanidade até agora. A inocência não é instruída - mas também não é desejosa de ser instruída. Ela é totalmente contente, preenchida...

O primeiro passo na arte de viver será criar uma linha de demarcação entre ignorância e inocência. Inocência tem que ser apoiada, protegida - porque a criança trouxe com ela o maior tesouro, o tesouro que os sábios encontram depois de esforços árduos. Os sábios têm dito que se tornaram crianças novamente, que eles renasceram...

Sempre que você perceber que perdeu a oportunidade da vida, o primeiro princípio a ser trazido de volta é a inocência. Abandone o seu conhecimento, esqueça as suas escrituras, esqueça as suas religiões, suas teologias, suas filosofias. Nasça novamente, torne-se inocente - e a possibilidade está em suas mãos. Limpe a sua mente de todo conhecimento que não foi descoberto por você mesmo, de todo conhecimento que foi tomado emprestado dos outros, tudo o que veio pela tradição, convenção, tudo o que lhe foi dado pelos outros - pais, professores, universidades. Simplesmente desfaça-se disso. Novamente seja simples, mais uma vez seja uma criança. E esse milagre é possível pela meditação.

Meditação é apenas um método cirúrgico não convencional que corta tudo aquilo que não é seu e só preserva aquilo que é o seu autêntico ser. Ela queima tudo o mais e o deixa nu, sozinho embaixo do sol, no vento. É como se você fosse o primeiro homem que tivesse descido na Terra - que nada sabe e que tem que descobrir tudo, que tem que ser um buscador, que tem que ir em peregrinação.

O segundo princípio é a peregrinação. A vida deve ser uma busca - não um desejo, mas uma pesquisa: não uma ambição para tornar-se isso, para tornar-se aquilo, um presidente de um país, ou um primeiro-ministro, mas uma pesquisa para encontrar 'Quem sou eu?'. É muito estranho que as pessoas que não sabem quem elas são, estão tentando se tornar alguém. Elas nem mesmo sabem quem elas são neste momento! Elas não conhecem os seus seres - mas elas têm um objetivo de vir a ser. Vir a ser é a doença da alma. O ser é você e descobrir o seu ser é o começo da vida. Então cada momento é uma nova descoberta, cada momento traz uma alegria. Um novo mistério abre as suas portas, um novo amor começa a crescer em você, uma nova compaixão que você nunca sentiu antes, uma nova sensibilidade a respeito da beleza, a respeito da bondade.

Você se torna tão sensível que até a menor folha de grama passa a ter uma importância imensa para você. Sua sensibilidade torna claro para você que essa pequena folha de grama é tão importante para a existência quanto a maior estrela; sem esse folha de grama, a existência seria menos do que é. E essa pequena folha de grama é única, ela é insubstituível, ela tem a sua própria individualidade.

E essa sensibilidade criará novas amizades para você - amizades com árvores, com pássaros, com animais, com montanhas, com rios, com oceanos, com as estrelas. A vida se torna mais rica enquanto o amor cresce, enquanto a amizade cresce...

Quando você se torna mais sensível, a vida se torna maior. Ela não é um pequeno poço, ela se torna oceânica. Ela não está confinada a você, sua esposa e seus filhos - ela não é confinada de jeito algum. Toda essa existência se torna a sua família e a não ser que toda essa existência seja a sua família, você não conheceu o que é a vida. - porque homem algum é uma ilha, nós estamos todos conectados. Nós somos um vasto continente, unidos de mil maneiras. E se o nosso coração não está cheio de amor pelo todo, na mesma proporção a nossa vida é diminuída.

A meditação lhe traz sensibilidade, uma grande sensação de pertencer ao mundo. Este é o nosso mundo - as estrelas são nossas e nós não somos estrangeiros aqui. Nós pertencemos intrinsecamente à existência. Nós somos parte dela, nós somos o coração dela.

Em segundo lugar, a meditação irá lhe trazer um grande silêncio - porque todo o lixo do conhecimento foi embora, pensamentos que são partes do conhecimento foram embora também... Um imenso silêncio e você é surpreendido - esse silêncio é a única música que existe. Toda música é um esforço para manifestar esse silêncio de algum modo.

Os videntes do antigo oriente foram muito enfáticos a respeito da questão de que todas as grandes artes - música, poesia, dança, pintura, escultura - são todas nascidas da meditação. Elas são um esforço para, de algum modo, trazer o incompreensível para o mundo do conhecimento, para aqueles que não estão prontos para a peregrinação - presentes para aqueles que ainda não estão prontos para partirem na peregrinação. Talvez uma canção possa despertar um desejo de ir em busca da fonte, talvez uma estátua.

Na próxima vez que em você entrar em um templo de Gautama Buda ou de Mahavira, sente-se silenciosamente e olhe a estátua... porque a estátua foi feita de tal forma, em tal proporção que se você olhá-la, você cairá em silêncio. É uma estátua de meditação; não é a respeito de Gautama Buda ou de Mahavira...

Naquele estado oceânico, o corpo toma uma certa postura. Você próprio já observou isso, mas não estava alerta. Quando você está com raiva, você observou? seu corpo tomou uma certa postura. Na raiva você não pode manter as suas mãos abertas: na raiva, a mão se fecha. Na raiva você não pode sorrir - ou você pode? Com uma certa emoção, o corpo tem que seguir uma certa postura. Pequenas coisas estão profundamente relacionadas no interior...

Uma certa ciência secreta foi usada por séculos, de modo que as gerações futuras pudessem entrar em contato com as experiências das gerações mais velhas - não através de livros, não através de palavras, mas através de algo que vai mais profundo - através do silêncio, através da meditação, através da paz. À medida que seu silêncio cresce, sua amizade cresce, seu amor cresce; sua vida se torna uma dança, momento a momento, uma alegria, uma celebração.

Você já pensou sobre o porquê, em todo o mundo, em toda cultura, em toda sociedade, existem uns poucos dias no ano para a celebração? Esses poucos dias para a celebração são apenas uma compensação - porque essas sociedades tiraram toda a celebração de sua vida e se nada é dado para você em compensação, sua vida pode tornar-se um perigo para a cultura. Toda cultura criou alguma compensação e assim você não se sentirá completamente perdido na miséria, na tristeza... Mas essas compensações são falsas. Mas no seu mundo interior pode existir uma continuidade de luz, canções, alegria.

Sempre lembre-se que a sociedade o compensa quando ela sente que a repressão pode explodir em uma situação perigosa se não for compensada. A sociedade encontra algum jeito de lhe permitir soltar a repressão. Mas isso não é a verdadeira celebração, e não pode ser verdadeira. A verdadeira celebração deveria vir de sua vida, na sua vida.

E a celebração não pode estar de acordo com o calendário, que no primeiro dia de novembro você irá celebrar. Estranho, o ano todo você é miserável e no primeiro dia de novembro, de repente, você sai da miséria, dançando. Ou a miséria era falsa ou o primeiro de novembro é falso.; ambos não podem ser verdadeiros. E uma vez que o primeiro de novembro se vai, você está de volta em seu buraco negro, todo mundo em sua miséria, todo mundo em sua ansiedade.

A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes por todo o ano. Somente então você pode se desenvolver, você pode florir. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua.

Inclusive se você adoece e você está deitado na cama, você fará daqueles momentos de repouso, momentos de beleza e alegria, momentos de relaxamento e descanso, momentos de meditação, momentos para ouvir música ou poesia. Não há necessidade de ficar triste porque você está doente. Você deveria estar feliz porque todo mundo está no escritório e você está na cama como um rei, relaxando - alguém está preparando chá para você, o samovar está cantando uma canção, um amigo se oferece para vir e tocar flauta para você. Essas coisas são mais importantes do que qualquer remédio. Quando você está doente, chame um médico. Mas, mais importante, chame aqueles que o amam porque não existe remédio mais importante que o amor. Chame aqueles que podem criar beleza, música, poesia à sua volta, porque não existe nada que cure como uma atmosfera de celebração.

O medicamento é o mais baixo tipo de tratamento. Mas parece que nós esquecemos tudo, assim nós temos que depender dos medicamentos e ficar rabugentos e tristes - como se você estivesse perdendo uma grande alegria que havia quando você estava no escritório! No escritório você era miserável - simplesmente um dia de folga, mas você também se agarra à miséria, você não a deixa ir.

Faça todas as coisas criativas, faça o melhor a partir do pior - isso é o que eu chamo de arte. E se um homem viveu toda a vida fazendo a todo momento uma beleza, um amor, um desfrute, naturalmente a sua morte será o supremo pico no empenho de toda a sua vida.

Os últimos toques... sua morte não será feia como ordinariamente acontece todo dia com todo mundo. Se a morte é feia, isso significa que toda a sua vida foi um desperdício. A morte deveria ser uma aceitação pacífica, uma entrada amorosa no desconhecido, um alegre despedir-se dos velhos amigos, do velho mundo...

Comece com a meditação e muitas coisas crescerão em você - silêncio, serenidade, êxtase, sensibilidade. E o que quer que venha com a meditação, tente trazer para a sua vida. Compartilhe isso, porque tudo o que é compartilhado cresce mais rápido. E quando você atingir o momento da morte, você saberá que não existe morte. Você pode dizer adeus, não existe nenhuma necessidade de lágrima de tristeza - talvez lágrimas de felicidade, mas não de tristeza.

Sucesso sempre,
Dorian Gray

Fonte: http://www.giacomodioniso.com/

quinta-feira, 17 de junho de 2010





sem nenhum desmerecimento aos grandes macacos... mas tentem entender o objetivo real.

=)

Minha irmã mandou a seguinte mensagem hoje:

"Estava relendo 'Além do bem e do mal' de Nietzshe e me lembrei de vc! Aí vai um provavel pensamento para seu blog...A transcrição de uma idéia de (falsos) moralismos e virtudes;

'Nós, imoralistas! - Este mundo que nos diz respeito, no qual temos de temer e de amar, este mundo quase imperceptível do mandamento delicado, da obediência delicada, um mundo do 'quase' em todos os sentidos: escabroso, capcioso, obstinado, melindroso, sim, este mundo que é bem defendido contra os espectadores grosseiros e contra a curiosidade familiar! Laços sólidos nos amarram, vestimos a camisa de força do dever e não podemos nos livrar dela. É por isso que somos 'homens do dever' , nós também! Algumas vezes, é verdade, dançamos em nossas 'correntes' e no meio de nossas ' espadas' . Mais frequentemente, acrescentemos isso, rangemos os dentes e nos revoltamos contra todos os rigores secretos de nosso destino. Mas o que quer que façamos, os imbecis e as aparências estão contra nós e dizem: ' Esses são os homens sem dever.' - Temos sempre os imbecis e a aparência contra nós.'

pp 146."

Achei que fosse legal postar esta iniciativa,
Um abraço!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ode à preguiça

Impressionei-me hoje quando abri minha pasta de Favoritos, onde coloco todo e qualquer link interessante, e percebi que é uma grande coletânia de "poderias".
"Isso poderia me ser util um dia...", "ano que vem uso isso...", "amanha leio isso.".
Diagnostiquei um caso perdido de procrastinação.

Quem me dera parar por aí. Eu e minha mania de ficar pensando. Fui perceber que esse ato de começar coisas e não terminar ou ser incapaz de dar prioridade a algo, mesmo que momentânea, é algo corriqueiro em minha vida. Livros empilhados que deveriam ser lidos, revistas velhas jogadas sem um propósito, até mesmo minhas ideias são confusas e amontoadas. Me ocorreu agora que isso pode ser uma resposta para a falta de espaço daqui de casa, hmm... Epa! voltando ao foco...

Comecei a questionar a raíz disso tudo. Porque sou assim? Serei uma anomalidade no mundo ou estou inserido em um padrão? Afinal, tudo que faço hoje aprendi a fazer um dia, muito provavelmente com alguém. Então foi imitando pessoas de mesmo comportamento que aprendi a agir assim? Ou seria culpa do mundo agitado e cheio de informações que me tornei assim?

Não sei. Pra mim é mais um dos conhecimentos hereditários que formam a nossa cultura. Você sabe, aquelas coisas que nossos pais falaram e nos vamos passar aos nossos filhos: "Todo político é corrupto", "A unica coisa que o Brasil tem é futbol e mulher"... Cultura nossa, que por si só, é amontoada. Um pedacinho da Africa e Ásia, influência estados unidense e, voialá, tem-se a "identidade" nacional.

Por isso acredito que o problema da bagunça na minha casa é o mesmo problema da bagunça do país, só que em escalas diferentes. Em ambos os casos os responsáveis estão impregnados com a cultura do "jeitinho" e fazem as coisas pelas metades pra inglês vê.

Enquanto o país como um todo não tomar consciência dessa procrastinação nacional continuaremos parando o comércio para assistir à Copa,com a bunda no sofá olhando para o Domingão enquanto colocam o dinheiro do Pré-Sal na mão de poucos. Todos pensando "não posso fazer nada, amanha eu penso."

Pergunto-me se a elite financeira e política também sofrem com isso ou simplesmente sabem do que acontecem mas preferem permanecer com a alienação da população. Eu fiquei indignado quando me descobri nesse contexto. No meu tempo, enrolar suas obrigações era feio e pecado! Preguiçoso é a mãe!

domingo, 23 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O que é existir?

Através dos tempos muitos homens se questionaram sobre a razão e o sentido em si da existência, não apenas da condição humana, mas também do universo, todo o meio que nos cerca e é responsável direto por nossas conclusões sensíveis e experiências sofridas por nosso corpo.

Diversas são as conclusões alcançadas através de épocas distintas, épocas em que cada pensador era influenciado por sociedades com conceitos, necessidades e religiões diferentes. Alguns podem até mesmo considerar o tema deste texto uma pergunta sem resposta ou que varia seu significado de acordo com opinião alheia, mas, creio eu, que tais alegações não devem ser consideradas partindo-se de um âmbito filosófico em que não há perguntas sem resposta ou individualidade intelectual, mas sim perguntas complexas em que a resposta muitas vezes pode causar polêmica e idéias que atendam as duvidas da sociedade em geral.

Retornando ao objetivo principal do texto, a resposta para essa pergunta pode estar contida no berço da filosofia, na antiguidade clássica grega, onde uma das grandes mentes pensantes que se destaca entre muitas outras é Aristóteles com a apresentação dos conceitos de ética eudaimonica. Neste contexto a vida eudaimonica é o único objetivo almejado pelo homem, que sempre terá como fim último a felicidade. A vida eudaimonica, por isso, não pode ser justificada e nem justificar nada, ela vale por si mesma e em si mesma, tal definição de causa existencial não se restringe a humanidade, mas a todo o sistema funcional do meio que habitamos (universo) como sua força motriz.

A partir de tal concepção, afirmo que, a felicidade é a engrenagem mestra de todo o motor do universo e como tal, é o fundamento de toda a vida existente e resposta a questão inicial do texto, sem ela não há porque haver vida e por isso não há função para a própria existência fora dos momentos eudaimonicos.

O que é existir?
Simplesmente a busca pelo seu lugar natural.
E qual é o meu lugar natural?
É aquele que te faz feliz incondicionalmente.





Henrique Gonçalves

sábado, 8 de maio de 2010

Transe

Nessa dúvida, sem saber o que fazer
Sem conseguir pensar no amanhã
Sinto-me bloqueado, por pouco tempo
Mistura de paixão e medo da dor

Sinto uma pressão na cabeça
Como se quisesse desabafar
Aqui eu tenho que calcular
Disso eu tenho certeza

Sei que daqui a pouco passa
Sentirei alegria novamente
Os problemas eu solucionarei
Ego, vá embora daqui!
Já me sinto tranqüilo outra vez.


Heitor Januzzi

domingo, 2 de maio de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

As necessidades

Andei estudando um pouco sobre administração e aprendi que as empresas (organizações de pessoas com um mesmo objetivo) só existem para suprir determinadas necessidades dos clientes (roupas, alimentos, seguros...). A empresa, por sua vez, existe para suprir uma necessidade própia que seria a de subexistência, sobrevivencia no mercado.

Pensando assim percebi que só se vende algo se houver necessidade daquele produto ou serviço por terceiros. Logicamente, o valor agregado do que se pretende vender será de acordo com a dificuldade de realiza-lo e de acordo com a necessidade do cliente (lei da oferta e procura).

Para ilustrar, imagine que você resolveu montar uma barraquinha que vende água no meio da avenida brasil. Ok, talvez com muito custo você consiga sobreviver mas fato é que não consiguirá vender sua água por mais do que 2 reais. Ninguém no meio da cidade vai pagar mais do que isso por um pouco de água! Mas e se você for para o deserto do Saara? Lá o valor de seu produto será maior já que é algo raro e poderá prosperar facilmente.

Beleza, mas pq diabos eu to falando essa babozeira?

É porque, de repente, encherguei o motivo dos conhecimentos mais abstratos, como a filosofia, serem tão malvistos pela sociedade. (não digo que é verdade, mas é meu ponto de vista) Vejo a filosofia como um conhecimento individual e espiritual que só pode ser adquirido através do esforço própio e interesse. É um conhecimento que não visa, na maior parte das vezes, suprir a necessidade do próximo, mas sim uma necessidade do conhecimento de si mesmo.

Como não há modo de vender o conhecimento filosofico em barraquinhas, não há demanda (ela existe diferenciadamente em cada um, mas não entre dois seres. Eles podem aprender simultaneamente mas será um aprendizado individual, usando o outro como fonte de comparação.) portanto não há valor (material) para defini-lo.

Passei a imaginar o mundo como um grande Saara com pessoas sedentas de sabedoria, sede que não mata, passando diante várias barraquinhas filosóficas e vivendo alienadamente por entre os formigueiros.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A mãe e o filho

Esta é uma história narrada em uma das faixas do álbum Night Castle da banda Trans Siberian Orchestra. Creio eu que escrita pelo compositor Paul O'Neill, que compõe maior parte das letras.

(Mãe)
Lembre-se do que te ensinamos filho, seja sempre amável.

(Filho)
Sim, mãe.

(Mãe)
Sempre ajudar os fracos e os velhos.

(Filho)
Sim, mãe. Eu entendo.

(Mãe)
E sempre ajudar os menos afortunados do que você.

(Filho)
Sim, mãe. Sempre.

As nuvens passam e com elas o tempo. O filho olha para o céu sem se julgar.

(Filho)
Mãe, como eu me tornei você?





Ps: A letra estava muito confusa, até porque a original não é em inglês, mas em uma língua que eu não soube reconhecer, creio eu que coreano. Dei a minha interpretação e tradução ao texto. Espero que esteja de fácil interpretação.

O Sol e você

O Sol e você me fazem falta
Reluzem meus dias, são rotineiros
Brilham, queimam
Curtas despedidas

Alegram minha alma, mas ferem meus olhos
Beleza que castiga
Sou como Ícaro
Não tivesse me aproximado tanto
Teria poupado angústia

Ainda fossem de cera minhas azas
Queimavam uma vez só

Fujo,
Acolho-me na solidão de um quarto sem janelas
Aqui vocês não me atingem
Desfruto enquanto lamento a distância e a ausência
Mas receio o amanhã
Sorrirei novamente, queimarei novamente

Minha alma vibra por essa rotina
Maltrato inocente
Sofrimento culposo
Vício compulsivo
Degrede-me
Alegra-me
Ainda temo a abstinência


Breno Juliano

sábado, 17 de abril de 2010

Penso, logo temo

Penso, logo temo. Sou homem
O homem por natureza é temente
O homem teme porque tem mente

Temo a solidão
Apesar de aproveitar sua presença
Temo a perda
Porque o que perde não é igual ao que deixa de ganhar
Temo o escuro
Porque nele habita o desconhecido
Ou talvez não habite
Ainda temo a perda
Talvez se perdesse não precisasse temer
Temo porque temer é racional. Natural
E o homem cresce porque teme
Luta porque teme
Vive porque teme

Medo é angústia por vida
Tivesse sentido antes
Talvez evitado algum erro
Temo o tempo
Pois me é pungente ao corpo
Talvez seja à vida também
Temo o homem
Pois ele também teme
Então pensa sobre mim

Temo o fim
Pois me traz a resposta que não quero ver



Breno Juliano

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crônica Incógnita

Um velho senhor, de uns 60 talvez embora aparentasse mais, caminhava tranquilamente num belo parque, sábado à tarde. Caminhada tranqüila, sem preocupação, sem objetivos ou desejos, sem esperança de encontrar algo no fim da rota.

Caminhava talvez para apreciar o cenário, talvez sua velha não gostasse que fumasse em casa, talvez tenha saído apenas para não fugir da rotina de dar uma volta todo sábado ou para fugir da rotina de ficar em casa.

Por qualquer que fosse o motivo da caminhada fato é que não havia nada o esperando do outro lado do caminho, mas caminhava, e sereno, tranqüilo. Tão desconhecido era o que se pensava.

Num dos pontos do parque avistou um garoto, provavelmente tinha uns 7 ou 8 anos, sentado sozinho num banco do parque olhando para o horizonte. Estava bem trajado, não parecia ser “criança de rua” e também não parecia estar triste. O velho achou estranho, na sua época crianças dessa idade eram sempre cheias de energia e estavam sempre animadas e exaltadas, quando não chorando, o que faziam, também, de uma forma intensa e barulhenta, mas nunca paradas tão pouco sozinhas.

O velho aproximou-se:

-Que faz sentado ai sozinho menino?
-Esperando.
-O que espera?
-Nada, só estou esperando.

Nesse exato momento o velho estranhou-se por não ter achado tola e sem sentido a resposta do garoto. Olhou nos olhos do menino e sentiu algo que não sentia há muitos anos: nostalgia. Não sabia por que, mas ao ouvir a resposta simples do menino o velho sentiu uma estranha nostalgia, que não o recordava nenhum momento em especial. Talvez uma vida.

A face enrugada tomou uma aparência serena, talvez lhe parecesse até mais jovem. O velho sem mais nenhuma palavra sentou-se com um pouco de dificuldade, apoiando as mãos ao banco ao lado do garoto, deu um suspiro de alivio e cruzou as pernas como se faziam os homens de respeito da sua época. Tirou um par de óculos e um livro de bolso da parte interna do paletó, ajeitou os óculos no rosto, e abriu o livro na primeira página.






Pós do autor: "A chave da interpretação não reside no objeto estudado, mas nos olhos de quém estuda."

Breno Juliano

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.


Tudo que não invento é falso.


Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.


Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.


É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.


Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.


Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.


A inércia é o meu ato principal.


Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.


O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.


A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.


Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.


Por pudor sou impuro.


Não preciso do fim para chegar.


De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra
— Como um lápis numa península.


Do lugar onde estou já fui embora.


(Manoel de Barros - O livro sobre nada)

I'll stay here

I’m here now thinking about things and you
I’m here now thinking about false and true

I’m here and here I'll stay
Even when there are no flowers in fields
I’ll stay here when the rainbow looks dark
And when the present becomes past

I’ll stay here when good becomes bad
And when my smile becomes sad
I’ll stay here when here is there
And when the dreamer has a nightmare

I’ll stay here when I’m no longer the same
And I’ll be here if you don’t came
I’ll stay here when the sky isn’t longer blue
I’ll stay here thinking about things and you

I’ll stay here when the road doesn't lead anyplace
And I’ll be here when the tears wash my face
I’ll stay here when two aren’t a couple anymore
And I’ll stay here thinking in what I was looking for

I’ll stay here when my eyes cannot see
I’ll stay here cause there’s no ”there” for me
I’ll stay here thinking about things and you
I’ll stay here cause I’m with myself too



Breno Juliano

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Seu olhar é forte
É como o de uma ovelha e um lobo
Revela tudo o que quero crer
Revela também o que não quero

É magnífico o mundo animal
O microssegundo de olhar carrega o mundo
Deus Baco e suas trapalhadas
A jogada de cabelo

Claro que existe algo
Ilógico, mas compreensível
Navegamos juntos em nosso universo
Tropeçamos na bobisse do encanto
Imito de leve os seus gestos
Amo


Heitor Januzzi

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Texto que fiz logo depois de sair das férias...

Primeiro de fevereiro

Hoje me veio à mente uma coisa interessante. Primeiro dia de aula, depois de muitos dias de descanso. Enquanto almoçava, tive a sensação de que não havia “pensado” em nada hoje. Mas como assim?! Acontece que a escola e a sociedade como um todo estimulam quase que somente o lado esquerdo do cérebro, o lado racional, lógico. O lado direito, mais importante, no entanto menos trabalhado, é praticamente deixado de lado. Este hemisfério do nosso cérebro é prioritariamente instintivo, criativo e emocional.
A nossa constante preocupação com a corrida do dia-a-dia faz-nos perder a capacidade de enxergar a beleza da vida. São tantas contas, tantas tarefas, tanto trabalho... Mas e curtir a brisa da manhã, tocar violão à luz das estrelas, curtir momentos inesquecíveis com os amigos ou com aquela garota especial? Fica para o fim de semana?
Claro que temos que ter disciplina para com os nossos deveres. Mas por que não embelezar esses momentos com aquilo que nos encanta?

Heitor Januzzi

terça-feira, 6 de abril de 2010

Os três pilares para o sucesso


O sucesso em alguma área da vida, ou a realização de alguma meta, depende de três fatores principais: Recursos, Método e Disciplina. Os explicarei um por um.

Recursos: Você deve ter os recursos necessários para alcançar seu objetivo. Aquilo que, material ou não, é indispensável. Exemplo: Se você tem como meta melhorar a saúde e a estética do seu corpo, precisa ter dinheiro para pagar uma academia ou comprar os aparelhos de exercícios. Os recursos dependem do método que será usado.

Método: É preciso traçar um plano, se direcionar para o que você quer. Sem uma estratégia pré-definida, andamos em círculos e não cumprimos o objetivo. Seguindo o exemplo, se quiser melhorar o corpo é seu dever criar um plano. Ir à academia três vezes por semana, utilizar uma rotina de treino ABC, comer quatro mil calorias por dia e açúcar só no fim de semana, por exemplo.

Disciplina: O mais difícil. Porém, um homem indisciplinado é um homem medíocre. Ter disciplina significa cumprir o que foi proposto. Tirar a bunda da cadeira e ir treinar as três vezes por semana, treinando o ABC e se alimentando bem.

Outro exemplo é se você pretende fechar o ano com boas notas. É indispensável os materiais para estudar, seja ele cadernos, livros ou internet; A estratégia deve ser traçada, estudar meia hora por dia e fazer as lições; e disciplina para cumprir.

Sucesso a todos.

Heitor Januzzi

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os Três Homens Iguais

Boa noite amigos!

Gostaria de contar uma história que criei já a algum tempo. Quero sugerir também um fundo músical, para quem gosta, que combina com o âmbito da história. Para quem não conhece, www.grooveshark.com é uma boa fonte de músicas novas. Para testar, escrevam lá Matt Uelmen e ouçam algumas músicas enquanto leem o blog (eu sugiro a Desert, Sanctuary e a Tristam). Espero que gostem!

Os Três Homens Iguais

No ano de 295 de maomé (equivalente, mais ou menos, ao ano de 864 da era cristã) a velha cidade de El-Patif ficava cercada de verdejante oásis. Para além do famoso deserto de Roba-el-Krali apareceu, certa vez, um misterioso estrangeiro, mago persa de grande renome. Segundo andava na boca do povo, o tal mago fazia-se acompanhar de três homens possuidores da propriedade extraordinária e prodigiosa de serem rigorosamente iguais.
Não era possível - dizem as crônicas do tempo - aos espíritos mais meticulosos e observadores, descobrir um traço qualquer que permitisse distinguir um dos tais homens dos outros dois sósias.
Contaram o caso ao poderoso Abdullah Fahad, rei xiita (nome dado aos muçulmanos da Pérsia que constituem seita do Islamismo, em oposição aos demais muçulmanos denominados Sunitas. Os xiitas não admitiam no trono do Islã um dos descendentes de Ali, genro do Profeta, e por isso hoje tá aquela merda.) de El-Patif, senhor do império dos carmatas, mas o bom soberano não quis acreditar em tamanha singularidade.
- Seria possível - refletia o monarca - que houvesse no mundo, assim como diziam, três homens perfeitamente iguais? Por certo que não!
E como o picasse a curiosidade - a que nem mesmo os grandes monarcas orientais podem fugir - declarou o rei Fahad que queria ver os três homens iguais, pois que somente assim é que poderia convencer-se da existência real do estranho fenômeno.
Preparou-se uma grande e luxuosa comitiva que dirigiu-se à grande tenda que o mago residia, entre dois rochedos, junto ao mar.
Ao avistar o inesperado cortejo diante da sua tenda, o feiticeiro encaminhou-se ao encontro do sultão xiita, e inclinando-se humilde diante dos nobres visitantes, exclamou:
-Allah conserve e prolongue por muitos anos felizes a vida preciosa de nosso amo e senhor!
O rei Abdullah Fahad desceu com cauteloso vagar de seu palanquim e, dirigindo-se ao velho ocultista, declarou que queria ver imediatamente os três homens iguais.
-Escuto e obedeço - respondeu o mago com ademanes cerimoniosos.
O rei e os nobres que o acompanhavam mostraram-se surpreendidos com o luxo e a estranha arte com que tudo ali era arranjado.
Ao fundo, erguido sobre um tablado, via-se uma espécie de palco fechado na frente por um grande pano de veludo vermelho. Cobriam o chão enormes tapêtes de cores vivas, cheios de arabescos exóticos.
Sentia-se, esparso no ambiente, nas pessoas, nas própias coisas, o sopro de um mistério.
O mago bateu palmas três vezes e pronunciou umas palavras que ninguém entendeu.
Ergueu-se lentamente o pano e viram todos, de pé no meio do palco, um homem magro, moreno, vestido luxuosamente à maneira dos mercadores persas. Ostentava um turbante rico de seda branca e, à cintura, trazia um punhal alongado, cujo punho se marchetava de pedras preciosas. Esse homem misterioso cruzou vagarosamente os braços sobre o peito, sorriu e inclinou-se respeitoso diante da nobre plateia.
- Eis aí, ó Rei Magnânimo! - proclamou o mago - O primeiro dos três homens iguais.
A um sinal do velho ocultista o homem do turbante branco retirou-se lentamente, desaparecendo atrás de um grande e pesado reposteiro escuro q cobria o fundo do palco.
Novamente o mago chamou com palmas e surge então, vindo detrás do mesmo reposteiro escuro, um homem perfeitamente igual ao primeiro e vestido rigorosamente com os mesmo trajes. Dir-se-ia a mesma pessoa. O turbante parecia o mesmo e o punhal tinha até brilho idêntico. Igual era a expressão fisionômica, a maneira de olhar e de sorrir.
- Eis aí, ó Rei Magnânimo! - declarou com voz firme o mago - Eís aí o segundo dos três homens iguais!
Os vizires e cortesões, na quase certeza de que estavam sendo vítimas das artimanhas de um intrujão audacioso, entreolharam-se desconfiados.
Com os mesmos sinais, o ocultista persa fez desaparecer o homem atrás do reposteiro e em seguida fez surgir, do mesmo lugar, um terceiro homem perfeitamente igual aos outros dois. Não era possível notar-se, quer na fisionomia impassível do desconhecido, quer no seu trajar bem posto, a mais pequena dessemelhança, com os outros dois que o haviam precedido.
- Eis aí, ó Rei dos Reis! - Tornou o mago com pausada firmeza - O terceiro dos três homens iguais!
O grão-vizir, que se achava de pé junto ao monarca, ao atentar nos olhares equívocos e nos sorrisos maldosos dos cortesãos, disse ao rei, em voz baixa:
- Quero crer, ó Emir dos Crentes! Que esse mago é um cínico, um impostor! Quer divertir-se à nossa custa! É evidente que foi o mesmo homem que apareceu três vezes diante de Vossa Majestade!
O rei Fahad, que vinha desconfiando do caso, mordido pela suspeita, ao ouvir a insinuação do grão-vizir, ergueu-se colérico da almofada e gritou com os lábios brancos, o olhar desorientado:
- Não creio nesta farsa ridícula, ó velho intrujão! Julgas, então, não ter eu percebido que foi o mesmo homem que apareceu, diante mim, três vezes? Queres fazer pilhérias ou ridicularizar o rei dos carmatas, senhor de um oásis que tem um milhão de palmeiras? Vais já para a forca, ó cão, filho de um cão!!
Ouvindo tão grave ameaça, inclinou-se o mago humildemente diante do rei e, depois de beijar a terra entre as mãos (sinal de extrema humildade e respeito à terra e ao seu senhor), assim falou:
-Acreditareis em mim, ó Rei, se virdes, agora, os três homens juntos?
Atalhou o rei, já mais tranquilo:
- Não há como descrer se os vir ao mesmo tempo.
A um sinal do mago, erguei-se o pesado reposteiro que cobria - como já dissemos - o fundo do palco. E com grande assombro, viram todos - rei, vizires e altos-dignitários da corte - três homens perfeitamente iguais, de pé, no meio do tablado. Estavam os três na mesma atitude; não era, realmente, possível distinguir-se entre qualquer deles a menor diferença!
- Agora sim! - afirmou, cheio de convicção, o senhor do grande oásis - Agora sim, acredito! Os três homens são realmente iguais!
Ao ouvir tais palavras, adiantou-se o velho mago - que era também um grande sábio - e dirigindo-se ao rei da famosa província árabe falou desta sorte:
- Perdoai, ó Emir!, minha ousadia, mas não deveis acreditar no que se apresenta diante vossos olhos!
- Por quê? - indagou o rei
- Porque agora - esclareceu o grande ocultista - no centro do tablado está um homem só! As outras duas figuras que aparecem lado a lado são simples imagens obtidas com auxílio de dois espelhos habilmente combinados!
E, diante da decepção de todos os presentes, disse o sábio:
- A princípio era verdade. Fiz aparecer os três homens, sendo um de cada vez. Mas como as aparências eram contra mim, ninguém me deu crédito! Da segunda vez, apresentei um homem só, dando a ilusão, com o auxílio de uma combinação de espelhos, de que se tratava de três homens iguais. Embora não fosse verdade, todos acreditavam em mim porque as aparências eram a meu favor!
E, depois de fazer com que os três homens iguais passassem juntos, diante do rei, a fim de evitar que qualquer dúvida pairasse ainda no espírito do arrogante monarca, concluiu o sábio persa:
- É assim também na vida! Iludidos pelas aparências enganadoras das coisas, deixamos, muitas vezes, de acreditar na Verdade para acolher em nosso coração o Erro e a Mentira! Uassalã! (forma usual de despedida.)

terça-feira, 30 de março de 2010

Sistema social na sedução e relações interpessoais

O Sistema social ou a Matrix social nos atinge durante todo o tempo, rege muitas das nossas ações vinte e quatro horas por dia. Desde que o homem começou a viver em sociedade, regras começaram a serem criadas, para uma melhor convivência entre as pessoas. E isto, é claro, está presente nos dias atuais. Muitas dessas regras são escritas, previstas na constituição em forma de leis, e quem as comete corre o risco de ir para a cadeia. Mas há também, os paradigmas que nos são ensinados desde a nossa infância, que são as regras da boa educação, da moral e da ética. Porém, esses paradigmas podem nos limitar.

É uma infinidade de conceitos, de regrinhas. Algumas nos fazem bem, como por exemplo, atravessarmos a rua quando o sinal estiver verde, ceder o lugar a um senhor mais idoso e outras poucas mais. A maioria dos paradigmas, por outro lado, atrapalha nossa vida social, amorosa, e dificulta a realização de nossos desejos. A sociedade nos diz que é errado abordar uma garota na rua e expressar-lhe nosso interesse. É falta de educação ir direto ao ponto. Não é ético com uma mulher falar de sexo. Ad infinitum!

A sociedade conspira para que você seja mais uma ovelinha no rebanho social, quer que você siga as regras, e leve a sociedade pra frente. Trabalhe mais, consuma mais, compre mais, e depois, quando estiver rico, você pode arrumar uma mulher. Isso nos é ensinado desde a escola, mas a verdade é que não é preciso mais trabalho. Tudo de que precisamos é atitude, é demonstrar para a garota o porquê de você estar lá.

Os bloqueios sociais podem vir de forma muito sutil, sem que você os perceba. Se você se tranca no quarto na hora de telefonar para alguma mulher, se sentindo inseguro se sua mãe notar, você está trabalhando dentro das rédeas da sociedade. Compre camisinhas e revistas pornográficas, deixe a vista para que seus pais percebam que você gosta de mulher. E quando for chamar alguém para sair, ligue na frente deles. Não há outro jeito, todos nós crescemos sendo bloqueados pela sociedade, e não é de um dia pro outro que vamos ficar livres. Seja fiel aos seus instintos, e todo o universo conspirará ao seu favor.


Heitor Januzzi

A Lei - Raul seixas

A Lei
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas

Todo homem tem direito
de pensar o que quiser
Todo homem tem direito
de amar a quem quiser
Todo homem tem direito
de viver como quiser
Todo homem tem direito
de morrer quando quiser
Direito de viver
viajar sem passarporte
Direito de pensar
de dizer e de escrever
Direito de viver pela sua própria lei
Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de amar,
Como e com quem ele quiser
A lei do forte
Essa é a nossa lei e a alegria do mundo
Faz o que tu queres ah de ser tudo da lei
Fazes isso e nenhum outro dirá não
Pois não existe Deus se nao o homem
Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei
Da maneira que ele quer viver
De trabalhar como quiser e quando quiser
De brincar como quiser
Todo homem tem direito de descansar como quiser
De morrer como quiser
O homem tem direito de amar como ele quiser
De beber o que ele quiser
De viver aonde quiser
De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes
Porque o planeta é dele, o planeta é nosso.
O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser.
De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser
Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser
O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres
Há de ser tudo da lei
E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos
O amor é a lei, mas amor sob vontade
Os escravos servirão
Viva a sociedade alternativa
Viva Viva
Direito de viver, viajar sem passaporte
Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de viver pela sua própria lei
Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de amar, como e com quem ele quiser
Todo homem tem direito
de pensar o que quiser
Todo homem tem direito
de amar a quem quiser
Todo homem tem direito
de viver como quiser
Todo homem tem direito
de morrer quando quiser
Fonte: http://letras.terra.com.br/raul-seixas/90574/

domingo, 28 de março de 2010

Sistema (texto I)

Antes de começar o texto eu queria só deixar clara a estrutura básica dos meus textos, que são mais didáticos comparados aos do Heitor, que têm em geral um caráter mais literário. Enfim, espero que gostem.

Para falar de sistema devemos primeiro definir o que é. Sistema(ê): s. m. Conjunto de princípios verdadeiros ou falsos reunidos de modo que formem um corpo de doutrina. (Dicionário Priberam). Vamos compará-lo então à uma corrente. Assim como o sistema a corrente é formada de elos interligados cuja função é prender algo, ou seja, manter sob ordem. O que então seria “manter sob ordem”? Falamos aqui do sistema que rege a humanidade no mundo contemporâneo. Gosto de dividi-lo em três sistemas, três correntes, independentes que impõe, ou propõe a ordem na sociedade.

São estes os sistemas: o Sistema Social, que engloba todas as regras ou conceitos de cunho moral, ético, político e cultural; o Sistema Capitalista, que controla as relações econômicas e de caráter consumista, e que na minha opinião é o mais sutil, sendo também o que mais tange a sociedade e o mais difícil de fugir; e o Sistema Religioso, que impõe conceitos na população seguindo uma linha espiritual dividindo o “bem” e o “mau”.

Falemos então do Sistema Social. Concordo com Locke quando este diz que a sociedade depende de rédeas para manter-se em ordem. Imagine uma nação anarquista, o espaço individual ia ter interpretações diferentes segundo cada homem, e esse conflito de conceitos morais iria gerar caos, por isso então precisamos de uma voz superior para estabelecer um senso comum sobre o espaço individual. Mas agora entramos na questão da racionalidade individual. Respeitar sistema é diferente de se tornar escravo de tal. Ser escravo do sistema social é achar que a sua vida é o que o sistema social emprega, o que infelizmente acontece com a maioria das pessoas, mesmo sem saberem. Por exemplo, está nas entrelinhas do Sistema Social que um cidadão tem que crescer moralmente, estudar, se formar, se casar, constituir família e aposentar. Não está imposto oficialmente em nenhuma lei ou decreto, mas está tatuado na testa da sociedade. Um homem que segue esta linha de vida (quase sempre sem ter noção que está sendo escravizado) recebe, de cara, mais respeito socialmente. Por que este homem não é julgado então pelo seu caráter? A resposta é porque a sociedade quer crescer às suas custas, ela quer crescer com o seu crescimento, quer que você cresça para ela. Façamos uma analogia. Imagine um ponto de partida (a origem da sua vida) mais a frente imagine uma bifurcação, dois caminhos. O da direita leva à sua felicidade, como já disse Aristóteles, que é o objetivo final de qualquer ação; e o da esquerda leva à evolução da sociedade. O Sistema Social quando impõe paradigmas como o citado anteriormente, quer fazer você pegar o caminho da esquerda e ainda por cima dar uma carona para a sociedade, levando ela nas costas até o final, onde ela vai evoluir ao seu esforço. Não quer dizer, porém, que você não vai viver feliz seguindo o caminho da esquerda. Um homem pode chegar aos seus 80 ou 90 anos ao final da vida e pensar “Estou feliz. Estudei, trabalhei, me casei, e constitui família. Posso morrer em paz.”, mas costumo ver essa felicidade como uma felicidade de certo modo “artificial”. Não é o seu desejo natural que está sendo realizado, mas uma concepção de felicidade que foi moldada em sua mente pelos padrões sociais.

Outra analogia para ilustrar a situação: Imagine uma garrafa qualquer de vidro, coloque terra no interior dela e uma semente e regue com freqüência. Nascerá uma planta, até os primeiros momentos de vida ela não é tangida diretamente pelo sistema, mas ela vai crescer. Essa planta vai crescer e nascer porque têm condições para isso, ela recebe nutrientes do solo, água e a luz do sol. Mas a partir de um momento ela será apertada pelas paredes da garrafa, e depois que a planta já estiver grande, mesmo que você quebre a garrafa, ela continuará no formato da garrafa. Acontece o mesmo com um “escravo do sistema”, ele cresce sendo moldado pelas paredes (padrões) do sistema sem saber, pois não teve distinção intelectual para conhecer o mundo fora da garrafa.

Falando de novo sobre a diferença entre quem vive e quem respeita o sistema. Quem vive o sistema é o escravo, que sem saber, acha que os moldes do sistema são os moldes do seu próprio caráter e da sua própria vida. Respeitar o sistema é ser ciente que a sociedade existe e funciona graças a ele. É saber que pelo fato da maioria da população tender a ser escravo, tal população necessita do sistema para viver em ordem. Mas isso não significa que os paradigmas que o sistema estabelece têm que ser os da sua própria vida. Por exemplo, se o sistema diz que é falta de educação arrotar alto, você não precisa obedecer quando está sozinho. Partindo para um exemplo mais radical, se o sistema diz que é errado usar drogas e você não concorda, você não usa em público para respeitar o sistema, ou seja, em simples palavras, não incomodar as pessoas que você sabe que têm os padrões do sistema como padrões da própria vida. E por isso o Sistema Social é necessário, porque tais pessoas, que são maioria, não tem o mesmo nível de racionamento individual para definir os próprios conceitos de certo e errado.

O primeiro texto sobre Sistema termina aqui porque eu tenho aula amanhã cedo e já estou com sono hahaha XD. No próximo texto vou falar mais sobre meus conceitos de sistemas. Queria deixar bem claro que não quis fazer nenhuma alusão ao uso de drogas, só tentei usar um exemplo mais impactante para deixar o raciocínio mais claro. Abraços, até a próxima.

Breno Juliano.