sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Divina Tolice

“A gente nunca sabe”, me disse com um sorriso
Meu reino por tal verdade, ainda que fosse assim
De grande júbilo e bem vinda seria a nescidade
E tão belo seria o parvo

De todas as maldições rogo a razão, desgraça de Palas
Desgraça que ainda busco por ingenuidade
E que me priva de surpresas e acasos
E me remete a risos calculados e prazeres previsíveis

Infeliz o homem que sabe e ainda o que pensa
Casto e suave corre o sangue do louco
O sangue da criança, do animal, e do velho
Afortunados por que não sabem e não sofrem

E se assim findarem
A todos os paraísos e jardins sagrados merecerão
Sem sentenças nem purgatórios
Graças à divina tolice



Breno Juliano

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