sábado, 13 de novembro de 2010

Água

Água, dois terços do mundo,
dois terços de lassidão
Água suficiente pra me afogar no fastio

Não quero mais água
Não quero mais encher meu copo
com abraços inodoros
beijos insípidos
olhares incolores

Dois átomos de Hipocrisia e um de Ócio
Laço perspícuo, terso
Transparência dissimulada
Lembranças correntes
Que não valem mais que uma gota

Desejo, guia da realidade
há de transformar tudo em vinho
E em deleitos nobres
de véus claros e tenros
Gozo cândido e final feliz


Breno Juliano