segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Sol e você

O Sol e você me fazem falta
Reluzem meus dias, são rotineiros
Brilham, queimam
Curtas despedidas

Alegram minha alma, mas ferem meus olhos
Beleza que castiga
Sou como Ícaro
Não tivesse me aproximado tanto
Teria poupado angústia

Ainda fossem de cera minhas azas
Queimavam uma vez só

Fujo,
Acolho-me na solidão de um quarto sem janelas
Aqui vocês não me atingem
Desfruto enquanto lamento a distância e a ausência
Mas receio o amanhã
Sorrirei novamente, queimarei novamente

Minha alma vibra por essa rotina
Maltrato inocente
Sofrimento culposo
Vício compulsivo
Degrede-me
Alegra-me
Ainda temo a abstinência


Breno Juliano

2 comentários:

  1. Como diria Camões, é a ferida que dói e não se sente. Amor, sol... é arriscado, atrativo, mas envolve também perdas. Entrar de cabeça ou não, é uma questão da qual não sei dizer se devemos ouvir a razão ou o desejo.

    ;)

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